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RÁDIO BARRACO

As 'confissões' de Madame Satã após o maior malandro da Lapa aposentar a navalha

 

Madame Satã durante entrevista ao GLOBO em outubro de 1972 | Foto de Jorge Peter/Agência O GLOBO

Ele era malandro à moda antiga, para o bem e o mal. Porque não tinha essa coisa de malandro bonzinho na Lapa. Malandro não vivia enfiado na boemia andando na linha, evitando confusão. Satã era ator, dançarino, drag queen, amava a noite, a rua, o teatro. Era um artista à frente de seu tempo. Mas tinha o lado bandido também. Passou um total de 27 anos preso por diferentes desvios, como danos ao patrimônio, agressão e pelo menos dois homicídios "confessos" (entre aspas porque ele admitia a autoria desses crimes de uma forma muito peculiar).

Não foi à toa que, em 1978, o compositor Chico Buarque avisou, em sua "Homenagem ao malandro", que foi à Lapa e perdeu a viagem, porque "aquela tal malandragem não existe mais". Quando Madame Satã morreu, no dia 12 de abril de 1976, o tipo de personagem que ele havia sido já não existia mais. Mesmo assim, 45 anos após sua partida, João Francisco Gomes continua sendo uma figura emblemática na história da boemia carioca. No aniversário de sua morte, o Blog do Acervo resgatou trechos de duas entrevistas concedidas por ele ao GLOBO, ambas da época em que o pernambucano radicado no Rio estava lançando a biografia "Memórias de Madame Satã", escrita por Sylvan Paezzo.

 Eu fui um defensor dos injustiçados. A gente tem sempre uma estrela do bem e uma estrela do mal. A minha estrela do mal brilhou muito. Eu dei azar, sempre: olhavam pra mim e não faziam fé. Aí, eu como tenho horror a pancada, tinha que brigar - contou o ator ao colunista Sérgio Bittencourt, filho de Jacob do Bandolim, em um texto publicado no dia 5 de julho de 1972. - Saí de casa aos 7 anos de idade e vim de Pernambuco aqui para o Rio. Foi no Rio, na Lapa, que eu tive que aprender a me defender de qualquer maneira.

O malandro na época do lançamento do livro "Memórias de Madame Satã" | Foto de Jorge Peter/Agência O GLOBO

Nascido na Zona da Mata Pernambucana, Satã dizia que sua mãe o trocara por uma égua chamada Amorosa, ainda na infância. E que, aos 13 anos, foi morar nas ruas do bairro que lhe mostrou os caminhos do palco, mas também a direção da delegacia. Em 1972, após uma vida entrando e saindo da prisão, o malandro de 73 anos morava na Ilha Grande, um paraíso no Litoral Sul Fluminense, onde vivia com a família, cuidando de uma granja e lavando roupa pra fora. Era uma lenda nos inferninhos da Lapa, mas não queria mais saber daquela vida louca.

Presídio: A origem das facções criminosas numa penitenciária na Ilha Grande

Passara tempo suficiente na cadeia para decidir aposentar a navalha. Dizia que a polícia não podia vê-lo na rua sem arrumar motivo para levá-lo em cana. Foram 29 processos contra ele, dez condenações. Quando o colunista Sérgio Bittencourt perguntou se o entrevistado havia matado alguém, Satã afirmou que "nunca". Mas aí o colunista resolveu apertá-lo, questionando-o sobre a morte do grande compositor Geraldo Pereira, autor de "Falsa Baiana", em 1955. Ainda assim, o malandro respondeu que não foi ele quem matou. E explicou o episódio da sua perspectiva:

- Geraldo cismou que eu tinha que beber cerveja no copo dele. Eu cismei que não tinha. Era, até, meu amigo. Aí, ele me atirou a cerveja dele na cara. Mandei a esquerda, e ele caiu com a cabeça no meio-fio. Foi morrer de manhã, às 9 horas.
Isso ocorreu às duas da madrugada. Fui eu?

Madame Satã em sua casa na Ilha Grande, em 1974 | Foto de Jorge Peter/Agência O GLOBO

Satã não era canhoto, mas na hora de brigar, batia sempre com a mão esquerda. Em seu texto, o jornalista filho de Jacob do Bandolim conta que crescera ouvindo de seu pai histórias sobre o pernambucano radicado no Rio. Na entrevista, Bittencourt quis averiguar algumas dessas lendas urbanas. O malandro confirmou todas. Disse, por exemplo, que já tinha brigado com um sujeito por mais de quatro horas e meia nas imediações da Glória e que, de certa feita, encarara 19 soldados da extinta Polícia do Exército de uma só vez. Também respondeu que "sim" quando o colunista perguntou se ele já tinha quebrado um bar inteiro sozinho, sem a ajuda de ninguém.

João Francisco Gomes ficou conhecido no meio artístico carioca no final dos anos 20, quando brilhou no espetáculo "Loucos em Copacabana", interpretando a Mulata do Balacochê no teatro Casa de Caboclo, na Praça Tiradentes. Quem o viu no palco afirmava que ele era um vulcão em cena. Só que os episódios de violência e os anos na cadeia o afastaram dos palcos, ainda que as histórias geradas a partir de sua atitude marginal alimentassem o mito em torno de sua figura. Em uma entrevista reveladora à jornalista Marisa Raja Gabaglia, publicada no dia 23 de outubro de 1972, após o lançamento de sua biografia, Satã resumiu assim seus anos de prisão:

 Coisas boas e coisas ruim. Fui cozinheiro particular do diretor. Isso foi bom. Mas sofri muito. Apanhei muito. O preso é um cara que está sempre sem proteção e sem segurança. Então, imagina sempre que deve matar seu inimigo antes que o matem. E fica noites a fio sem dormir, esperando a morte. E mata um sujeito que às vezes nem tinha arma, nem intenções assassinas. Uma vida de terror.

Na mesma entrevista, o pernambucano contou que foi preso pela primeira vez acusado de matar um guarda civil. Porém, aqui de novo, alimentou seu personagem dizendo que "Deus fez a bala matar, eu só dei o tiro". E acrescentou que "estava cheio de cachaça, e o guarda cismou que eu não podia lanchar". Marisa Gabaglia quis saber, então, se era ele quem procurava o caminho do crime, ao que ele respondeu revelando a história real por trás da lenda criada em torno de seu nome artístico.

- A culpada sempre foi a ignorância. A ignorância botou a fome na barriga de multo vagabundo. Como eram ignorantes e analfabetos, só sabiam arranjar comida matando e roubando - disse ele, antes de concluir: - De com na vida, o que fiz foi criar sete filhos. Nenhum deles é meu. São crianças que um dia vi, fiquei com pena e fiz o que pude com elas.

Em fevereiro de 1976, Madame Satã foi encontrado internado em um hospital de Angra dos Reis, no Sul Fluminense. Resgatado pelo cartunista Jaguar, do semanário "O Pasquim", para uma unidade na Zona Sul do Rio, o ícone da boemia na Lapa passou a receber tratamento adequado, mas constatou-se que ele sofria de câncer no pulmão em estágio avançado. No dia 14 de abril, o pernambucano foi enterrado na Ilha Grande. 

Fonte: O Globo

Quando apareceu o Carnaval?

  



O Carnaval é a festa mais tradicional do Brasil e atrai milhões de pessoas para celebrá-lo nas ruas todos os anos.

Atualmente, o Carnaval é a festa mais popular do Brasil e é comemorado em data móvel, que é influenciada pela data que determina a Páscoa. A Terça-feira de Carnaval é comemorada exatamente 47 dias antes do Domingo de Páscoa. As próximas datas para a Terça-feira de Carnaval no Brasil serão:


2020: 25 de fevereiro


2021: 16 de fevereiro


2022: 1º de março


Para percebermos a dimensão do Carnaval em nosso país, podemos usar o exemplo de algumas cidades. No Rio de Janeiro, em 2019, o Carnaval levou cerca de 7 milhões de pessoas às ruas e mobilizou uma receita de 3,7 bilhões de reais|1|. Já em São Paulo, a quantidade de pessoas nas ruas foi de cerca de 5 milhões no mesmo ano|2|.


O Carnaval consolidou-se como a principal festa popular do Brasil na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas. As principais festas de Carnaval do Brasil ocorrem nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Os blocos de rua e os desfiles das escolas de samba são seus principais meios de realização.

História do Carnaval no Brasil

O Carnaval chegou ao Brasil, entre os séculos XVI e XVII, pelos portugueses. Uma das principais práticas do Carnaval português reproduzidas no Brasil foi uma brincadeira conhecida como entrudo. O entrudo foi proibido pelo seu caráter agressivo, no século XIX, mas foi realizado até o século XX.


O entrudo era uma brincadeira popular em que as pessoas, sobretudo as mais humildes, saíam às ruas para sujar umas às outras. Para isso, utilizava-se diversos itens para molhar ou sujar alguém: água perfumada, água suja, lama etc. O entrudo também podia ser executado por outro tipo de troça.


Havia uma distinção dessa brincadeira entre o povo e a elite, pois a massa popular realizava-a nas ruas do Rio de Janeiro, e membros da elite local, no interior de suas famílias. As ações do governo contra essa prática contribuíram para que ela desaparecesse no século XX. Com o tempo, diversos outros elementos foram sendo adicionados ao Carnaval brasileiro, fazendo com que cada região do país tenha uma peculiaridade nessa celebração.



Fonte:https://escolakids.uol.com.br/datas-comemorativas/carnaval.htm

Favela também tem história


O resgate de espaços históricos por moradores e organizações das favelas é importante para que conheçam as suas origens. Vamos contar um pouco sobre a história do Complexo do Alemão e Vidigal mais a frente.

 Como eles surgiram e o que de importante temos a falar sobre esses famosos locais? Mas antes é preciso voltar no tempo e falar sobre a origem da favela. “A favela não é um problema, a favela tem problemas”. Essa fala é do sociólogo, doutorando em Planejamento Urbano e fundador do Instituto Raízes em Movimento, Alan Brum. No dia 4 de novembro, se comemora o dia da favela. E o que é para ser comemorado? Talvez as formas de conviver, os afetos. Mas, os moradores não podem se sentir esquecidos, assim como tentaram fazer com a favela. 

E para isso, a história deve ser conhecida, fora dos livros tradicionais. Atualmente, o Morro da Providência é considerado como a primeira favela, que antes era Morro da Favela, o que Alan Brum chama de “mito de origem”. Mito, porque já haviam casas em outros morros, no Centro e mais locais da cidade. O local foi ocupado por soldados vindos da Guerra de Canudos. Com o fim do conflito em 1887, eles não receberam os soldos do governo e ficaram perto do Ministério do Exército. 

Uma teoria da origem do nome favela é que o local parecia com um monte na Bahia, coberto com uma planta chamada favela. No Rio, deram o mesmo nome para onde estavam. Além disso, o morro da Favela também foi ocupada por pessoas expulsas dos seus cortiços. A partir daí, locais com barracos nos lugares altos da cidade foram denominados ‘favela’ pelos jornais e livros da época. Voltando ao Alemão e Vidigal… Alemão era Polonês Por aqui sofremos para escolher um local importante do CPX. Poderíamos falar sobre o grafite da já falecida Dona Jandira, na Avenida Central, feito por Wallace Pato, vinda de uma foto do Hector Santos.Também foi difícil deixar de fora a história do Casarão das Casinhas ou dos campeonatos de futebol do Campo da Mina, que aconteciam anos atrás. 

Mas vamos falar do que não dá para fugir: o alemão era polonês. Dona Jandira, uma das moradoras mais antigas do morro do Alemão. Morreu com 94 anos em 2022 Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades Umas das casas mais antigas do Complexo do Alemão  já existiam os bairros de Olaria, Ramos, Bonsucesso e Penha,” diz Alan, apontando na vista panorâmica para cada um dos bairros no alto do morro do Alemão. Alan explicava um pouco da história do Brasil, do mundo e do CPX, durante um “passeio” com os seus alunos de medicina. Estávamos, então, no lugar onde o “polonês-alemão” vivia. “Na verdade, o nome não era pra ser Complexo do Alemão e sim, Complexo do Polonês. O alemão não era alemão, mas tinha características de alemão”, diz. O polonês era Leonard Kaczmarkiewicz, que fugiu do seu país, depois da primeira guerra Mundial, porque na região ainda existiam muitos conflitos. “Ele veio pra cá em 1928, era tudo mato”, afirma Alan. 

O que parece um bordão, é verdade. E ainda completa dizendo que os donos das terras eram as famílias Motta e Gouveia, que não utilizavam as terras. “A família Motta vai arrendar e depois vender um pedaço dessa terra, dessa rua pra lá”, diz mais uma vez apontando a localidade. O polonês Leonard veio para o Brasil após a 1ª Guerra Mundial Foto: Reprodução E a partir daí, o polonês criou uma chácara, onde criava cabrito, galinhas e hortaliças. “As pessoas quando moravam aqui, pra comprar alguma coisa, falavam que vinham no morro do alemão. E assim, surgiu o mito de origem do Morro do Alemão, a primeira favela de todo o Complexo”, diz. Alan também explica que o polonês loteou as terras e tinha um aluguel de chão, onde as pessoas moravam por alguns meses. “E, a partir daí, o processo perdeu todo o controle. Não só no Morro do Alemão, mas em outras partes do Complexo”. 

E com o processo de industrialização, em momentos diferentes da história, a partir da década de 40, houve um “boom” de pessoas vindas de outras partes do Brasil para trabalhar principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Subiram os morros ou locais insalubres em partes baixas da cidade, com nenhuma atenção dada pelo poder público. 

 Somente na década de 80 que os governos assumiram que a favela não era um local provisório. Até então achavam que a favela seria destruída, segundo as explicações de Alan. E é claro que o CPX não iria ficar de fora. Vidiga também tem história O Vidigal ganhou esse nome em homenagem ao dono das terras onde a comunidade se encontra hoje: o Major de Milícias e Intendente da Polícia Miguel Nunes Vidigal. Ele era de grande influência no Primeiro Império. O major Vidigal recebeu essas terras, que iam das encostas do Morro Dois Irmãos até o mar, onde construiu a Chácara do Vidigal. Os primeiros barracos da comunidade surgiram na década de 1940 e até 1962 a favela cresceu pouco. 

O crescimento acelerou na década seguinte e, com isso, surgiu o risco de remoção da comunidade. Devido a isso, no final da década de 1970, o Vidigal se tornou um marco na resistência no que diz respeito à remoção de favelas. Em plena ditadura militar, a associação de moradores, juntamente com os advogados da Pastoral de Favelas, entre eles os juristas Sobral Pinto e Bento Rubião, conseguiu evitar que os barracos da parte baixa da favela fossem removidos para dar lugar à construção de um empreendimento de luxo. 

 Os moradores que resistiram fizeram melhorias na favela e, após grande luta, conseguiram apoio político e popular que culminou, em 1978, na desapropriação, para fins sociais, de toda área. Um decreto foi assinado pelo então Governador Chagas Freitas e isso afastou de vez o perigo da remoção. Não tem como falar da história do Vidigal sem citar a visita do Papa João Paulo II que, em 1980, visitou e abençoou a comunidade. Antes disso, não existia uma capela. O que havia era um campo de futebol. Contudo, moradores cientes da visita do Pontífice decidiram fazer uma para recebê-lo. Além disso, um grupo de moradores, em agradecimento pelo papel importante que a igreja católica teve na permanência da comunidade, prestou uma homenagem através de um samba. 

 A Capela do Papa ainda é muito parecida com a construção original da década de 1980 e se tornou um dos grandes símbolos da resistência dos moradores Foto: Igor Albuquerque / Voz das Comunidades O Papa João Paulo II doou seu anel episcopal para apoiar a comunidade do vidigal Foto: Igor Albuquerque / Voz das Comunidades Um dos compositores desse samba é o aposentado Marco Antonio Teixeira da Luz, de 71 anos, conhecido como Marquinho do 14. Ele, junto com seus amigos Moacir e Marcão, compôs o samba que ficaria eternizado como “Saudação ao Papa”. “Foi uma experiência única, uma emoção inexplicável. Eu, Marcão e Moacir, que sempre fomos amigos e parceiros, fomos convidados pela Associação de Moradores para compor o samba para o Papa. Nós já havíamos feito algumas músicas e participado de alguns festivais. 

Aí, quando o pessoal da associação teve certeza de que ele viria mesmo no Vidigal, fizeram esse convite”, contou Marquinho. Marquinho atualmente se divide entre a sua carreira de cantor/ compositor e o trabalho de motorista no transporte alternativo Foto: Igor Albuquerque / Voz das Comunidades O sambista também falou sobre o que mudou depois da visita de João Paulo II. “O que mudou em mim foi que eu me senti mais forte e solidário. Percebi que a partir dali as coisas dariam certo para a comunidade. O Vidigal passou a ser visto de outra maneira e a imprensa falava de nós com muito respeito. Daí vieram as transformações e melhorias de uma forma avassaladora. Foi realmente uma benção”, completou.

 A Capela de São Francisco de Assis permanece no mesmo lugar. Ainda é muito parecida com a construção original da década de 1980 e se tornou um dos grandes símbolos da resistência dos moradores que culminou com a permanência da comunidade. Nessa capela se encontra uma réplica do anel episcopal, doado para a comunidade durante a visita e que simboliza o apoio de João Paulo II à sua causa (o anel original fica guardado no Museu de Arte Sacra).



Fonte:Texto: Jacqueline Cardiano e Marco Kiko Venancio

Sobre as ondas de rádio

 

Representação de uma estação de rádio transmitindo um sinal.

"As ondas de rádio são uma forma de radiação eletromagnética, que não transporta matéria, mas transporta energia. Essa radiação é conhecida como não ionizante, pois possui baixa frequência, alto comprimento de onda e não interage com a matéria de forma prejudicial.


Essas ondas são utilizadas nas telecomunicações em grande parte, e as formas mais comuns de encontrá-las são em AM (amplitude modulada), que varia a amplitude e possui baixo alcance, e em FM (frequência modulada), que varia a frequência e possui alto alcance.

Como qualquer onda eletromagnética, possui as seguintes características:

amplitude (A)

comprimento de onda (λ)

frequência (f)

velocidade (v)

Sendo que, para encontrar a velocidade da onda, basta utilizar a equação: V = f ."




Fonte Informações: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/ondas-radio.htm

O Dia Nacional do Choro


O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha, uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, e em especial do choro.

O choro

O choro entra na cena musical brasileira em meados e finais do século 19, e nesse período se destacam Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Inicialmente, o gênero mesclava elementos da música africana e européia e era executado principalmente por funcionários públicos, instrumentistas das bandas militares e operários têxteis. Segundo José Ramos Tinhorão, o termo choro resultaria dos sons plangentes, graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os cavaquinistas, que induziam a uma sensação de melancolia.

O século 20 traria uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas, arranjadores, e entre eles, com destaque, Pixinguinha.

Pixinguinha

Alfredo da Rocha Vianna Júnior nasceu em 23 de abril de 1887. Cedo dedicou-se à música e deixou um legado de inúmeros clássicos, arranjos e interpretações magistrais, como flautista e saxofonista. Carinhoso, Lamento, Rosa, 1 x 0, Ainda Me Recordo, Proezas de Solon, Naquele Tempo, Vou Vivendo, Abraçando Jacaré, Os Oito Batutas, Sofres Porque Queres, Fala Baixinho, Ingênuo, estão entre algumas de suas principais composições.

O apelido Pixinguinha veio da união de pizindim – menino bom – como sua avó o chamava, e bexiguento, por ter contraído a varíola, que lhe marcou o semblante. Mário de Andrade registrou a presença do mestre na cena carioca, criando em seu livro “Macunaíma”, um personagem: “um negrão filho de Ogum, bexiguento e fadista de profissão” (Andrade, 1988). A passagem se dá quando o “herói sem nenhum caráter” freqüenta uma “macumba” em casa de tia Ciata. A caracterização de Mário de Andrade ficou difundida com a biografia de Pixinguinha elaborada por Marilia T. Barboza da Silva e Arthur L. de Oliveira Filho: “Filho de Ogum Bexiguento” (Rio de Janeiro, FUNARTE, 1979).

Saiba mais sobre o Choro:

O choro é um gênero musical nascido e desenvolvido na cidade do Rio de Janeiro, quando esta passa por inúmeras transformações fundamentais para a história do Brasil, entre elas, a inquietação que se segue à Guerra do Paraguai (1864-1870), que levaria à abolição da escravidão, à instituição do regime republicano, a reformas urbanas e a grandes transformações culturais. Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Pixinguinha (1897-1973), Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e Jacob do Bandolim (1918-1968) são nomes famosos que participaram dessa história, mas há muitos outros.



Fonte: Centro Cultural Antônio Carlos Carvalho (CeCAC)