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RÁDIO BARRACO

Quando apareceu o Carnaval?

  



O Carnaval é a festa mais tradicional do Brasil e atrai milhões de pessoas para celebrá-lo nas ruas todos os anos.

Atualmente, o Carnaval é a festa mais popular do Brasil e é comemorado em data móvel, que é influenciada pela data que determina a Páscoa. A Terça-feira de Carnaval é comemorada exatamente 47 dias antes do Domingo de Páscoa. As próximas datas para a Terça-feira de Carnaval no Brasil serão:


2020: 25 de fevereiro


2021: 16 de fevereiro


2022: 1º de março


Para percebermos a dimensão do Carnaval em nosso país, podemos usar o exemplo de algumas cidades. No Rio de Janeiro, em 2019, o Carnaval levou cerca de 7 milhões de pessoas às ruas e mobilizou uma receita de 3,7 bilhões de reais|1|. Já em São Paulo, a quantidade de pessoas nas ruas foi de cerca de 5 milhões no mesmo ano|2|.


O Carnaval consolidou-se como a principal festa popular do Brasil na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas. As principais festas de Carnaval do Brasil ocorrem nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Os blocos de rua e os desfiles das escolas de samba são seus principais meios de realização.

História do Carnaval no Brasil

O Carnaval chegou ao Brasil, entre os séculos XVI e XVII, pelos portugueses. Uma das principais práticas do Carnaval português reproduzidas no Brasil foi uma brincadeira conhecida como entrudo. O entrudo foi proibido pelo seu caráter agressivo, no século XIX, mas foi realizado até o século XX.


O entrudo era uma brincadeira popular em que as pessoas, sobretudo as mais humildes, saíam às ruas para sujar umas às outras. Para isso, utilizava-se diversos itens para molhar ou sujar alguém: água perfumada, água suja, lama etc. O entrudo também podia ser executado por outro tipo de troça.


Havia uma distinção dessa brincadeira entre o povo e a elite, pois a massa popular realizava-a nas ruas do Rio de Janeiro, e membros da elite local, no interior de suas famílias. As ações do governo contra essa prática contribuíram para que ela desaparecesse no século XX. Com o tempo, diversos outros elementos foram sendo adicionados ao Carnaval brasileiro, fazendo com que cada região do país tenha uma peculiaridade nessa celebração.



Fonte:https://escolakids.uol.com.br/datas-comemorativas/carnaval.htm

Favela também tem história


O resgate de espaços históricos por moradores e organizações das favelas é importante para que conheçam as suas origens. Vamos contar um pouco sobre a história do Complexo do Alemão e Vidigal mais a frente.

 Como eles surgiram e o que de importante temos a falar sobre esses famosos locais? Mas antes é preciso voltar no tempo e falar sobre a origem da favela. “A favela não é um problema, a favela tem problemas”. Essa fala é do sociólogo, doutorando em Planejamento Urbano e fundador do Instituto Raízes em Movimento, Alan Brum. No dia 4 de novembro, se comemora o dia da favela. E o que é para ser comemorado? Talvez as formas de conviver, os afetos. Mas, os moradores não podem se sentir esquecidos, assim como tentaram fazer com a favela. 

E para isso, a história deve ser conhecida, fora dos livros tradicionais. Atualmente, o Morro da Providência é considerado como a primeira favela, que antes era Morro da Favela, o que Alan Brum chama de “mito de origem”. Mito, porque já haviam casas em outros morros, no Centro e mais locais da cidade. O local foi ocupado por soldados vindos da Guerra de Canudos. Com o fim do conflito em 1887, eles não receberam os soldos do governo e ficaram perto do Ministério do Exército. 

Uma teoria da origem do nome favela é que o local parecia com um monte na Bahia, coberto com uma planta chamada favela. No Rio, deram o mesmo nome para onde estavam. Além disso, o morro da Favela também foi ocupada por pessoas expulsas dos seus cortiços. A partir daí, locais com barracos nos lugares altos da cidade foram denominados ‘favela’ pelos jornais e livros da época. Voltando ao Alemão e Vidigal… Alemão era Polonês Por aqui sofremos para escolher um local importante do CPX. Poderíamos falar sobre o grafite da já falecida Dona Jandira, na Avenida Central, feito por Wallace Pato, vinda de uma foto do Hector Santos.Também foi difícil deixar de fora a história do Casarão das Casinhas ou dos campeonatos de futebol do Campo da Mina, que aconteciam anos atrás. 

Mas vamos falar do que não dá para fugir: o alemão era polonês. Dona Jandira, uma das moradoras mais antigas do morro do Alemão. Morreu com 94 anos em 2022 Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades Umas das casas mais antigas do Complexo do Alemão  já existiam os bairros de Olaria, Ramos, Bonsucesso e Penha,” diz Alan, apontando na vista panorâmica para cada um dos bairros no alto do morro do Alemão. Alan explicava um pouco da história do Brasil, do mundo e do CPX, durante um “passeio” com os seus alunos de medicina. Estávamos, então, no lugar onde o “polonês-alemão” vivia. “Na verdade, o nome não era pra ser Complexo do Alemão e sim, Complexo do Polonês. O alemão não era alemão, mas tinha características de alemão”, diz. O polonês era Leonard Kaczmarkiewicz, que fugiu do seu país, depois da primeira guerra Mundial, porque na região ainda existiam muitos conflitos. “Ele veio pra cá em 1928, era tudo mato”, afirma Alan. 

O que parece um bordão, é verdade. E ainda completa dizendo que os donos das terras eram as famílias Motta e Gouveia, que não utilizavam as terras. “A família Motta vai arrendar e depois vender um pedaço dessa terra, dessa rua pra lá”, diz mais uma vez apontando a localidade. O polonês Leonard veio para o Brasil após a 1ª Guerra Mundial Foto: Reprodução E a partir daí, o polonês criou uma chácara, onde criava cabrito, galinhas e hortaliças. “As pessoas quando moravam aqui, pra comprar alguma coisa, falavam que vinham no morro do alemão. E assim, surgiu o mito de origem do Morro do Alemão, a primeira favela de todo o Complexo”, diz. Alan também explica que o polonês loteou as terras e tinha um aluguel de chão, onde as pessoas moravam por alguns meses. “E, a partir daí, o processo perdeu todo o controle. Não só no Morro do Alemão, mas em outras partes do Complexo”. 

E com o processo de industrialização, em momentos diferentes da história, a partir da década de 40, houve um “boom” de pessoas vindas de outras partes do Brasil para trabalhar principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Subiram os morros ou locais insalubres em partes baixas da cidade, com nenhuma atenção dada pelo poder público. 

 Somente na década de 80 que os governos assumiram que a favela não era um local provisório. Até então achavam que a favela seria destruída, segundo as explicações de Alan. E é claro que o CPX não iria ficar de fora. Vidiga também tem história O Vidigal ganhou esse nome em homenagem ao dono das terras onde a comunidade se encontra hoje: o Major de Milícias e Intendente da Polícia Miguel Nunes Vidigal. Ele era de grande influência no Primeiro Império. O major Vidigal recebeu essas terras, que iam das encostas do Morro Dois Irmãos até o mar, onde construiu a Chácara do Vidigal. Os primeiros barracos da comunidade surgiram na década de 1940 e até 1962 a favela cresceu pouco. 

O crescimento acelerou na década seguinte e, com isso, surgiu o risco de remoção da comunidade. Devido a isso, no final da década de 1970, o Vidigal se tornou um marco na resistência no que diz respeito à remoção de favelas. Em plena ditadura militar, a associação de moradores, juntamente com os advogados da Pastoral de Favelas, entre eles os juristas Sobral Pinto e Bento Rubião, conseguiu evitar que os barracos da parte baixa da favela fossem removidos para dar lugar à construção de um empreendimento de luxo. 

 Os moradores que resistiram fizeram melhorias na favela e, após grande luta, conseguiram apoio político e popular que culminou, em 1978, na desapropriação, para fins sociais, de toda área. Um decreto foi assinado pelo então Governador Chagas Freitas e isso afastou de vez o perigo da remoção. Não tem como falar da história do Vidigal sem citar a visita do Papa João Paulo II que, em 1980, visitou e abençoou a comunidade. Antes disso, não existia uma capela. O que havia era um campo de futebol. Contudo, moradores cientes da visita do Pontífice decidiram fazer uma para recebê-lo. Além disso, um grupo de moradores, em agradecimento pelo papel importante que a igreja católica teve na permanência da comunidade, prestou uma homenagem através de um samba. 

 A Capela do Papa ainda é muito parecida com a construção original da década de 1980 e se tornou um dos grandes símbolos da resistência dos moradores Foto: Igor Albuquerque / Voz das Comunidades O Papa João Paulo II doou seu anel episcopal para apoiar a comunidade do vidigal Foto: Igor Albuquerque / Voz das Comunidades Um dos compositores desse samba é o aposentado Marco Antonio Teixeira da Luz, de 71 anos, conhecido como Marquinho do 14. Ele, junto com seus amigos Moacir e Marcão, compôs o samba que ficaria eternizado como “Saudação ao Papa”. “Foi uma experiência única, uma emoção inexplicável. Eu, Marcão e Moacir, que sempre fomos amigos e parceiros, fomos convidados pela Associação de Moradores para compor o samba para o Papa. Nós já havíamos feito algumas músicas e participado de alguns festivais. 

Aí, quando o pessoal da associação teve certeza de que ele viria mesmo no Vidigal, fizeram esse convite”, contou Marquinho. Marquinho atualmente se divide entre a sua carreira de cantor/ compositor e o trabalho de motorista no transporte alternativo Foto: Igor Albuquerque / Voz das Comunidades O sambista também falou sobre o que mudou depois da visita de João Paulo II. “O que mudou em mim foi que eu me senti mais forte e solidário. Percebi que a partir dali as coisas dariam certo para a comunidade. O Vidigal passou a ser visto de outra maneira e a imprensa falava de nós com muito respeito. Daí vieram as transformações e melhorias de uma forma avassaladora. Foi realmente uma benção”, completou.

 A Capela de São Francisco de Assis permanece no mesmo lugar. Ainda é muito parecida com a construção original da década de 1980 e se tornou um dos grandes símbolos da resistência dos moradores que culminou com a permanência da comunidade. Nessa capela se encontra uma réplica do anel episcopal, doado para a comunidade durante a visita e que simboliza o apoio de João Paulo II à sua causa (o anel original fica guardado no Museu de Arte Sacra).



Fonte:Texto: Jacqueline Cardiano e Marco Kiko Venancio

Sobre as ondas de rádio

 

Representação de uma estação de rádio transmitindo um sinal.

"As ondas de rádio são uma forma de radiação eletromagnética, que não transporta matéria, mas transporta energia. Essa radiação é conhecida como não ionizante, pois possui baixa frequência, alto comprimento de onda e não interage com a matéria de forma prejudicial.


Essas ondas são utilizadas nas telecomunicações em grande parte, e as formas mais comuns de encontrá-las são em AM (amplitude modulada), que varia a amplitude e possui baixo alcance, e em FM (frequência modulada), que varia a frequência e possui alto alcance.

Como qualquer onda eletromagnética, possui as seguintes características:

amplitude (A)

comprimento de onda (λ)

frequência (f)

velocidade (v)

Sendo que, para encontrar a velocidade da onda, basta utilizar a equação: V = f ."




Fonte Informações: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/ondas-radio.htm

O Dia Nacional do Choro


O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha, uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, e em especial do choro.

O choro

O choro entra na cena musical brasileira em meados e finais do século 19, e nesse período se destacam Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Inicialmente, o gênero mesclava elementos da música africana e européia e era executado principalmente por funcionários públicos, instrumentistas das bandas militares e operários têxteis. Segundo José Ramos Tinhorão, o termo choro resultaria dos sons plangentes, graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os cavaquinistas, que induziam a uma sensação de melancolia.

O século 20 traria uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas, arranjadores, e entre eles, com destaque, Pixinguinha.

Pixinguinha

Alfredo da Rocha Vianna Júnior nasceu em 23 de abril de 1887. Cedo dedicou-se à música e deixou um legado de inúmeros clássicos, arranjos e interpretações magistrais, como flautista e saxofonista. Carinhoso, Lamento, Rosa, 1 x 0, Ainda Me Recordo, Proezas de Solon, Naquele Tempo, Vou Vivendo, Abraçando Jacaré, Os Oito Batutas, Sofres Porque Queres, Fala Baixinho, Ingênuo, estão entre algumas de suas principais composições.

O apelido Pixinguinha veio da união de pizindim – menino bom – como sua avó o chamava, e bexiguento, por ter contraído a varíola, que lhe marcou o semblante. Mário de Andrade registrou a presença do mestre na cena carioca, criando em seu livro “Macunaíma”, um personagem: “um negrão filho de Ogum, bexiguento e fadista de profissão” (Andrade, 1988). A passagem se dá quando o “herói sem nenhum caráter” freqüenta uma “macumba” em casa de tia Ciata. A caracterização de Mário de Andrade ficou difundida com a biografia de Pixinguinha elaborada por Marilia T. Barboza da Silva e Arthur L. de Oliveira Filho: “Filho de Ogum Bexiguento” (Rio de Janeiro, FUNARTE, 1979).

Saiba mais sobre o Choro:

O choro é um gênero musical nascido e desenvolvido na cidade do Rio de Janeiro, quando esta passa por inúmeras transformações fundamentais para a história do Brasil, entre elas, a inquietação que se segue à Guerra do Paraguai (1864-1870), que levaria à abolição da escravidão, à instituição do regime republicano, a reformas urbanas e a grandes transformações culturais. Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Pixinguinha (1897-1973), Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e Jacob do Bandolim (1918-1968) são nomes famosos que participaram dessa história, mas há muitos outros.



Fonte: Centro Cultural Antônio Carlos Carvalho (CeCAC)


Samba: um símbolo da cultura da favela

 



A cultura da favela que levou a música brasileira para o mundo foi o samba. Aliás, levou o Brasil para Marte, onde astronautas colocaram Beth Carvalho para tocar. Mas o ritmo musical que hoje é uma das marcas da cultura brasileira e da favela começou com o velho preconceito.

Segundo historiadores, o samba nasceu do ritmo de 2 grupos africanos: os bantos, originários da África Central, e os iorubás, que chegaram da África Oriental. A união do ritmo e a introdução das religiões africanas na cultura brasileira foram os pontos cruciais para o samba se solidificar.

No século XIX, o Rio de Janeiro era a capital do Império. Então, a cidade maravilhosa passou a comportar uma leva de negros vindos de outras regiões do Brasil, sobretudo da Bahia. Eles levaram seus batuques para os aglomerados em torno das religiões africanas, em que atuavam mães e pais de santo.

O primeiro samba gravado foi Pelo Telefone (Donga), de 27/11/1916, nas rodas de criação dos terreiros. Até então, era um ritmo escondido, tocado apenas nas favelas e nos arredores da Praça 11. Aliás, quem fosse pego tocando samba seria “tocado” direto para a cadeia.

Os sambas-enredo e a cultura da favela na avenida

Nos anos 30, o preconceito começou a mudar de figura. Artistas brancos, como Noel Rosa, fizeram com que o ritmo da favela começasse a ser aceito. A origem do cantor se deu no mesmo período do surgimento dos primeiros desfiles das escolas de samba.

Além disso, o governo de Getúlio Vargas viu no samba uma espécie de “fumacê positivo” para o seu autoritarismo. No começo, os músicos improvisavam 2 sambas – um na ida e outro na volta da avenida. O ritmo era mais cadenciado e o samba-enredo era pautado pela História do Brasil. 

Noel Rosa e Ary Barroso: samba, cultura da favela e poesia

Nos anos 20, além das escolas de samba, Noel Rosa foi o primeiro que trouxe a cultura viva da favela para a sociedade. Na junção do boêmio carioca de poesia com samba, Rosa lançou sucessos cantados no Carnaval até hoje, como, por exemplo, Com que Roupa (1929), Fita Amarela (1932) e Conversa de Botequim (1935).

Outro sambista que elevou o ritmo cultural da favela de patamar foi Ary Barroso, compositor de um dos maiores clássicos da MPB, Aquarela do Brasil. Quando cantada na voz de Carmen Miranda, a canção conquistou Hollywood e transformou Ary em compositor da Disney.

Cartola e Nelson Sargento: a cultura da favela e o preconceito

Não podemos esquecer Cartola, Nelson Sargento e outros sambistas negros. Os dois citados são dos primórdios da Estação Primeira de Mangueira. Cartola começou compondo sambas que fizeram sucesso na voz de cantores como Ataulfo Alves e Carmen Miranda. Entretanto, só foi reconhecido pelo público no final de sua vida.

Já Nelson Sargento foi músico, poeta, pintor e presidiu o grupo de compositores da Mangueira. Além disso, foi pesquisador da música popular brasileira. Assim como Cartola, só foi reconhecido no final de sua vida, gravando seu primeiro disco solo aos 55 anos. Nelson Sargento morreu em 2021 aos 96 anos.

Muitos estudiosos apontam que o preconceito racial foi um dos fatores que fizeram com que músicos desse porte só fossem reconhecidos nos últimos anos de vida. Sargento compôs mais de 400 canções, enquanto Cartola foi autor de clássicos, como O Mundo é um Moinho (1976), O Sol Nascerá (1974) e As Rosas Não Falam (1976).

Os “filhos” do samba

Desde então, o samba foi responsável pela criação de vários subgêneros. Nos anos 50, tivemos a introdução do violão da bossa nova de João Gilberto. Na década de 70, Tim Maia e Jorge Ben Jor misturaram a música negra americana com o samba, trazendo o samba soul e o samba-rock para nossa discoteca e enriquecendo a cultura da favela.

Nos anos 80, nasceu o pagode. Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e outros sambistas trouxeram de volta a cultura da roda de samba e a cultura da favela para as músicas mais tocadas do país.

RAP: da Jamaica para as favelas de São Paulo

Não foi só no Rio de Janeiro que a cultura da favela transformou a música brasileira. Em São Paulo, as favelas que ficam nas margens da capital mais rica do país também tiveram sua participação. O rap veio dos Estados Unidos e logo ganhou um tempero local, cantando o jeitinho e a dor do brasileiro das favelas.

Mas, peraí, por que no título você colocou Jamaica? Calma…

O rap pode ter vindo dos Estados Unidos, mas o ritmo nasceu na Jamaica. Então, nos anos 60, grupos de músicos se juntavam em festas de rua nos guetos do país da América Central. Elas surgiram pelo nascimento dos amplificadores de som. Eles democratizaram as festas, tornando possível fazer uma balada na boate ou na rua do gueto.

Os donos dessas “baladas” eram DJs, conhecidos como toasters. Então, eles colocavam todo mundo para dançar com base em palavras rimadas e reggae. A princípio, os temas eram descontraídos, porém, com o passar do tempo, eles começaram a falar sobre questões políticas e sociais.

Além disso, as batalhas de improviso também surgiram nessa época. Quem não concordasse com o que um toaster vinha rimando, podia cantar e desafiá-lo com outros versos.

O rap e as favelas de São Paulo

Nos anos 80, o rap aterrissou em São Paulo, mais especificamente na Estação São Bento, onde Jr. Blaw começou a improvisar. Entretanto, há quem diga que o rap veio dos repentistas nordestinos, que já faziam suas rimas há tempos. 

O fato é que a música de origem jamaicana, que já conquistava a cultura negra norte-americana, se consolidou apenas nos anos 90. Em São Paulo, nasceu o Racionais MC’s, grupo de Mano Brown, que teve seu nome inspirado por Tim Maia e seu disco, Tim Maia Racional.

Dessa forma, os Racionais colocaram o dedo na ferida em relação à violência e à pobreza das favelas de São Paulo. Mano Brown virou a maior inspiração para outros músicos, como Marcelo D2, do Planet Hemp, que mistura rap com rock e samba. Além disso, tivemos nomes como MV Bill, Sabotage, Emicida, Rashid, Criolo e Negra Li, a musa do rap.


Enfim, todos eles vindos das periferias e trazendo a cultura das favelas para suas rimas.

Funk com F de favela

Foi quando Cartola e Nelson Sargento começaram a aparecer no cenário musical nacional que outro filhote musical da cultura das favelas começou. Nos anos 70, o charme começou a ser levado para as festas das favelas cariocas. Um ritmo que ganhou tempero tupiniquim e virou febre nacional.

“Musicalmente falando, a diferença é que o funk é um ritmo mais acelerado, mais despojado e o charme mais suingado, cadenciado, que tem muita sensualidade”, explica o DJ Michel, em matéria publicada no G1.

O funk começou em formato semelhante ao do rap, com letras que escancararam a desigualdade social e os problemas das favelas e periferias cariocas. Porém, com o passar dos anos, as letras foram ficando mais românticas, fazendo o ritmo ganhar mais seguidores. Hoje, o funk é o maior representante da cultura das favelas no cenário do pop nacional.

De acordo com DJ Marlboro, para muitos, o pai do funk: 

“O Rio de Janeiro, de tempos em tempos, já observei que acontece de 50 em 50 anos, ele cria um novo tipo de música. Teve o samba, 50 anos depois tivemos a bossa nova, 50 anos depois o funk, daqui a 50 anos deve ter alguma coisa nova aí do carioca surpreendendo a gente.”

A cultura da favela circular

Na Gerando Falcões, queremos trazer uma nova veia cultural para a favela: a autossustentabilidade. Assim, com o Bazar da GF, queremos mostrar como a favela pode se estruturar, garantindo receita e produtos com até 70% de desconto em comparação com o mercado tradicional.

Dessa forma, você pode comprar CDs, livros, camisetas, móveis, além de produtos da nossa marca própria, ou doar produtos de qualidade.






Fonte:https://blog.gerandofalcoes.com/cultura-da-favela-e-seus-estilos-musicais/